quarta-feira, 14 de maio de 2014

Transição do Período Vargas (1930 - 1945): nova percepção do interesse nacional

Os ventos que sopravam no Brasil eram de uma crise econômica, política e também ideológica. O Brasil era o fornecedor de matéria prima para a Europa e Estados Unidos, bem como dependente nacional aos produtos industrializados desses países. Sua economia dependia dessas potências e com a crise de 1929, houve uma grande queda no preço do café fazendo as exportações e importações caírem. Cenário no qual se projeta ao poder Getúlio Vargas.
Em 1930, ocorre então uma revolução por parte da classe dominante que não estava envolvida com a exportação de café, aliados a camadas médias urbanas, e militares em especial os tenentes. Getúlio Vargas, então presidente, promove uma grande reforma política e administrativa, suspende a Constituição de 1891 e passa a governar por decretos até a aprovação da nova Constituição em 1934. Desse modo o Brasil sobrevive a crise focando nas necessidades econômicas e políticas  nacionais, através dessa linha será conduzida as relações exteriores do Brasil até 1945, ainda assim, a conduta de relações internacionais não sofre grandes mudanças.
Vargas encontrou grande dificuldade para governar ‘democraticamente’, situação que o levou a instituir a ‘ditadura do Estado Novo’, pela qual buscava controlar seus opositores através de dura perseguição policial e ao povo através de políticas sociais que projetava uma imagem de ‘bondade do presidente’. O novo presidente visava à industrialização do país com o intuito de substituir importações, o que dava maior poder de barganha com seus parceiros comerciais. A Revolução de 1930 marca então um novo rumo ao Brasil sob a mão de um ditador.
Foram criados diversos ministérios tais como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, da Educação e da Saúde. Houve nesse período um grande avanço nas políticas de saúde pública, especialmente para o interior, foi o auge do sanitarismo campanhista, passando por uma reestruturação dinâmica. Criou-se ainda os institutos de Aposentadorias e Pensões, sendo fundamentais para a economia agroexportadora. A direção desses centros de previdência era uma indicação do próprio Presidente, tornando uma sociedade que com o tempo passou a se preocupar mais com o acumulo de reservas financeiras do que com a prestação de serviço a população.
Valorizou ainda o café, melhorando as relações comerciais e valorizando um produto nacional, pois o café era o principal produto de exportação brasileiro na época. Queimou a produção excedente e negociou dividas dos cafeicultores evitando maiores problemas como o desemprego. Realizou ainda eventos públicos para conscientizar a povo sobre a economia nacional e sua importância. Vargas conseguiu ao Brasil uma autonomia ainda que dependentes em certos aspectos das potências dominantes da época e proporcionou uma adaptação as relações internacionais que se desenrolavam no cenário internacional.
A oportunidade que surgiu diante do novo Presidente foi percebida e bem trabalhada, o cenário internacional, se recuperando da crise de 1929, aliados a competição bélica especialmente entre Estados Unidos e Europa, garantiu ao Brasil os meios de que precisava para sua industrialização e consequentes melhorias, como a  modernização das Forças Armadas. Os Estados Unidos desejava e orquestrava sua hegemonia global, e países como a Alemanha se torna um obstáculo por suas fortes relações com o Brasil, que ao instituir o ‘Novo Estado’ deixa os norte-americanos inquietos. O Brasil era de grande importância para que o plano norte americano desse certo, não apenas por ser um grande consumidor de seus produtos e por suas matérias-primas, mas também por sua localização e influência na América Latina, o Brasil era sua ligação, um alvo natural.
O Brasil mantém uma relação com a Alemanha, sem porém se ‘desligar’ dos Estados Unidos. O comércio exterior era o ponto chave da estratégia de Vargas para o desenvolvimento do país. Vargas impõe a ‘doutrina da reserva estratégica’ mais conhecida como política de Barganha, pela qual o buscavam vantagens da política norte-americana através de sua ‘influência’ e assim garantir apoio a sua industrialização. Esta política se acentuou efetivamente na agenda brasileira apenas nos governos de Jânio Quadros e João Goulart.
Havia ainda a intenção de uma integração regional planejada pelo Brasil e Argentina e Chile, o Pacto ABC. Este foi a primeira tentativa de uma integração regional sobre a América Latina, dando fim a relação bilateral do Brasil com os Estados Unidos. Essa semente de uma relação política e comercial multilateral deu origem ao MERCOSUL - Mercado Comum do Sul, porém sem a participação do Chile, mas com acréscimo do Paraguai, Uruguai e por ultimo da Venezuela, ainda que contestada a entrada deste último país.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial estreitou a relação com os Estados Unidos, mas foi fortemente negociado, um momento em que Vargas faz uso diplomático da soberania brasileira e de sua habilidade política de negociação. O país aumentou seu prestígio e caminhou nos trilhos do desenvolvimento ainda que no âmbito nacional tenha exercido mão de ferro.
Vargas efetua o Golpe de 1937 no qual derruba a Constituição e declara o Estado Novo. Fechou o Congresso Nacional e criou o Tribunal de Segurança Nacional dando fim a liberdade partidária e centralizando assim o poder. Mas sofre em 29 de Outubro de 1945 um golpe militar e no mesmo ano,  novas eleições são feitas de forma livre e ele é eleito senador, e volta a presidência em 1951. Porém o ‘atentado na Rua Tonelero’, que foi uma tentativa de assassinato ao jornalista e político Carlos Lacerda, grande opositor de Vargas, trouxe revolta por parte da população e o então presidente sendo pressionado se suicidou em 24 de Agosto de 1954.
O Brasil aumentou seu prestígio internacional e se fez notar devido as medidas adotadas por Getúlio Vargas e sua equipe, e também sua influência na América Latina se intensifica, as relações estabelecidas no período Vargas perduram além de sua época.


Bibliografia

- "A Barganha Nacionalista - Pragmática: A política externa do segundo governo Vargas para os Estados Unidos (1951-1954)", Danilo José Dalio, UNICAMP - Campinas/SP   2009;
- "A Política Externa Brasileira com Getúlio Vargas: nossos interesses e conquistas (1930-45)", Rodrigo de Oliveira Castro, Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Texto revisado pelo autor em 8 de Novembro de 1999.
- "Evolução histórica das políticas de saúde no Brasil", Francisco de Assis Acurcio, Professor do Departamento de Farmácia Social - Faculdade de Farmácia - UFMG
- "Vargas, o 'nacionalismo' e a política externa", consultado no site: http://educaterra.terra.com.br/vizentini/artigos/2004/08/23/000.htm, no dia 12 de Maio de 2014;
- "Relações Internacionais do Brasil: Dependência e busca por autonomia", Marcos Emílio Ekman Faber, consultado o site: http://www.historialivre.com/brasil/relainter1.htm no dia 12 de Maio de 2014.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A Política Exterior da República (1889- 1902)





Antes de o Brasil se tornar uma República, em 1889, a monarquia – regime então vigente – já passava por momentos de crise. Em 1870 foi criado o Partido Republicano, apoiado pela maioria dos militares e por pessoas que não apoiavam a centralização do Império, porque este representava apenas a elite e não a população brasileira por inteiro.
Na década de 1880, o país passava pelo processo de abolicionismo, sendo consolidado oito anos depois com o vigor da Lei Áurea, que garantia a total liberdade dos negros mantidos como escravos. E isso desagradou grande parte dos grandes fazendeiros que, até então, apoiavam o regime monárquico no Brasil. Já sem muito apoio da população e com as pressões militares, a Monarquia acabou dando lugar à República, no dia 15 de novembro de 1889, com Marechal Deodoro da Fonseca na liderança.
O governo teve lideranças militares nos seus primeiros cinco anos de república, tendo como chefe do governo provisório Marechal Deodoro da Fonseca. Floriano Peixoto era vice presidente, mas assume o governo no ano de 1891, quando o atual chefe de Estado, Marechal Deodoro, renuncia ao governo. Floriano intensifica a repreensão a quem ainda apoiava o regime monárquico.
O acontecimento que tem marca importante e significativa no inicio do governo republicano, é a criação de uma nova constituição, levada como necessidade, já que a constituição anterior seguia ideais monárquicos. A nova constituição de 1891 – primeira constituição da república – instituiu o voto universal para o cidadão (exceto mulheres, analfabetos, e militares de baixa patente, que não tinham participação); o presidencialismo; e o voto aberto.



A mudança de regime representou, para o Brasil, um afastamento da influência européia em sua política exterior. Enquanto no regime imperial, o foco e as principais alianças,e diplomacia, estava diretamente ligada aos ideais europeus, no regime republicano isso muda de forma abrupta. Passamos por uma “americanização”, e uma “republicanização” na diplomacia. Podemos destacar três pontos para essa mudança: primeiro, a identificação com a tendência que vigorava no continente; segundo, para resolver pendências lindeiras herdadas da época do império; e terceiro, para estabelecer acordos, visando fortalecer as exportações, principalmente para os Estados Unidos, fiel consumidor do café. Os laços diplomáticos se fortalecem com os Estados Unidos, por diversos fatos, mas tem importância maior, e estratégica, o fato de ter sido a primeira potencia a reconhecer o novo regime, e o apoiar, deixando assim as potencias européias em desvantagem, já que ainda não haviam se pronunciado quanto a nova forma de governo. Mas vale ressalvar que essa “americanização”, nem sempre se confundiu com “norte-americanização”, já que o Brasil voltou sua atenção para o contexto sul-americano de um modo geral.
Com esse “caráter” amigável, os Estados Unidos conseguiu ir aos poucos estreitando, estrategicamente, os laços econômicos e políticos com o Brasil. Um fato histórico que demonstra a participação estadunidense em benefício brasileiro foi o fornecimento de navios de guerra para conter o movimento da Marinha do Brasil contra o então presidente, Floriano Peixoto, na chamada Revolta da Armada. Vale ressaltar que o americanismo foi um traço da política externa da republica desde o seu nascimento.
No âmbito econômico, a desvalorização da moeda brasileira durante esse período foi comum, pois o principal produto de exportação brasileira, o café, vinha sofrendo quedas em seu preço nos mercados consumidores internacionais, e o Brasil necessitava manter sua expansão produtiva.



Bibliografia

- “A Política Externa da Primeira República e os Estados Unidos: a atuação de Joaquim Nabuco em Washington (1905-1910)”. PEREIRA, Paulo José dos Reis. Disponível em www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292005000200006&script=sci_arttext
- “Monarquia e República: Entenda a transição entre essas duas formas de governo”. ANGELO, Vitor Amorim de. Disponível em www.educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/monarquia-e-republica-entenda-a-transicao-entre-essas-duas-formas-de-governo.htm
- “Da Europa para a América: as mudanças na política externa brasileira na passagem do Império para República”. BORGES, Lívia de Carvalho.
- "História da política exterior do Brasil". CERVO, Amado Luiz. BUENO, Clodoaldo.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Breve Histórico da Politica Exterior Brasileira do Segundo Reinado 1840 – 1889

Com o início do Segundo Reinado, dado quando declarado a maioridade de D. Pedro II realizada no ano de 1840, o Brasil sofreu grandes mudanças em suas atuações com a política externa. Diferente do reinado de seu pai, D. Pedro II procurou alcançar a estabilidade do Estado, agindo de maneira racional e planejada. A nova meta do Estado era buscar a instabilidade comercial, e passar a praticar as decisões políticas de acordo com a vontade nacional.
Essa nova forma de governo teve alguns pontos principais para serem visados, sendo eles: controlar a política alfandegária (garantir uma autonomia alfandegária), fortalecer o crescimento de mão de obra externa buscando acabar com o tráfico de escravos, então, estimulando à imigração, e o último objetivo sendo fixar seu poder territorial, fazendo com que sua política interna fosse estável, e que a soberania do Estado fosse respeitada pelo ambiente internacional.
Para que a política externa funcionasse como o planejado, foi preciso fazer algumas mudanças no modo da política interna. Além de prover o planejamento da política de acordo com interesses nacionais, o Brasil agora montava um novo meio de administração onde se encontravam desde representantes regionais, até federais, criando oportunidades para novos pensadores e idéias, o que levou à estabilidade da política interna.
O Brasil estava então criando um Estado com condições adequadas para prover uma boa atuação e sustentação da política externa, tais como, instituições estáveis, conservadorismo político, e o processo de elaborar, e executar, a política externa de forma correta.
A política externa brasileira foi marcada por conflitos onde o Estado agindo de maneira direta, ou indireta, foi estabelecendo seu poder como potencia econômica na America do Sul. Foram conflitos que estabeleceram desde divisão territorial, até influencia política, e econômica.
O objetivo deste texto é mostrar de forma simples e clara os três acontecimentos principais que marcaram a política externa brasileira do segundo reinado: As questões Platinas – Guerra do Prata;  A questão Christie; e por fim, a Guerra do Paraguai.

As Questões Platinas: Guerra do Prata (1851 – 1852)
Foi um conflito baseado em interesses. De um lado o Brasil, e de outro a Argentina, com o objetivo de exercer influencia no Uruguai, e manter a hegemonia na região do rio da prata. A guerra teve como causa principal a instabilidade na região do prata, tendo em vista que o ditador argentino Juan Manuel Rosas, tinha como objetivo recriar o antigo vice- reinado do prata, exercendo influencia sobre Paraguai, e Uruguai. Objetivo este, que feria a soberania brasileira, tendo em vista que o antigo vice-reinado era formado por terras pertencentes à província do Rio grande do Sul.
O Brasil exercia forte influencia no continente no período. Então começa jogadas estratégicas, e diplomáticas, com o intuito de criar alianças com países vizinhos. Vendo que a soberania de Uruguai e Paraguai estava correndo riscos, diante da ambição do ditador argentino Rosas, o Brasil de ato imediato reconhece a soberania de ambos os países, causando descontentamento do líder argentino. Faz acordo de não agressão com a Bolivia, e alia-se com as duas províncias argentinas que eram contra a política de Rosas; Corrientes e Entre Rios.
Em 1849, o Brasil se mantinha apenas no apoio indireto ao conflito. Financiava opositores de Rosas, tanto nas províncias argentinas, quanto no Uruguai. Somente no ano de 1851 que o Brasil se pronuncia oficialmente, e garante apoio ao Uruguai contra Oribe – presidente uruguaio, do partido Blanco, e aliado de Rosas. Imediatamente o ditador argentino – Rosas -         se  prepara para a guerra contra o Brasil.
Em setembro de 1851, 16 mil soldados brasileiros liderado pelo Conde de Caxias Luis Alves de Lima e Silva, atravessam a fronteira, e invadem o Uruguai. Pelo outro lado 15 mil homens sob o comando de Justo José Urquiza, governante da província argentina de Entre Rios, e o general uruguaio Eugenio Gorzón, também invadem o Uruguai, e cercam Oribe nas proximidades de Montevidéu. Oribe temendo um massacre, por estar com um exército de apenas 9 mil homens, se rende. Os soldados uruguaios, e argentinos, de Oribe, foram incorporados as tropas de Urquiza – aqueles que quiseram. Ao mesmo tempo a marinha brasileira estava no litoral uruguaio, não permitindo a fuga de simpatizantes de Rosas para a Argentina.
Em fevereiro de 1852, soldados brasileiros e uruguaios desembarcam em Buenos Aires. Não houve grande reação de soldados argentinos, que depois de ficarem sabendo da vitória das tropas de Urquiza na Batalha de Monte Caseros, fugiram para o interior. Em Monte Caseros – batalha que praticamente encerrou a guerra – Urquiza tinha cerca de 25 mil homens, dentre eles, 4 mil brasileiros.
O numero de combatentes argentinos era praticamente o mesmo dos aliados, mas a artilharia aliada era melhor, e decidiu o fim do conflito, que durou apenas metade de um dia. Rosas fugiu para a Inglaterra. O Paraguai teve sua independência reafirmada. E o Brasil colocou-se definitivamente como maior potencia do continente. A vitória trouxe tranquilidade para o governo de Dom Pedro II, e para a economia do país.

A questão Christie (1861 – 1865)
A questão Christie foi um incidente diplomático envolvendo Brasil, e Inglaterra, no ano de 1861, quando um navio britânico naufraga próximo ao Rio Grande do Sul. A tripulação deixa o navio ao perceber que vai naufragar, e a população local saqueia o navio, criando grande euforia por parte dos ingleses sobreviventes, que de ato continuo, comunicam o fato ao embaixador britânico Willian Dougal Christie.
O embaixador ao tomar ciência da situação, exige que Dom Pedro II pague uma indenização pela perda, mas não é atendido. E os desentendimentos não param por ai.
Em 1862, oficiais da marinha britânica são presos pela policia no Rio de Janeiro, envolvidos em uma briga. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, solicita para que sejam postos a disposição da justiça brasileira para julgamento. O embaixador britânico indignado solicita o pagamento da indenização do naufrágio, caso contrario, iria punir os brasileiros envolvidos na briga, demitir os policiais que prenderam os marinheiros, e forçar um pedido de desculpas oficial por parte de Dom Pedro II.
Dom Pedro II, ao receber a noticia, diz que estaria pronto para a guerra. Noticia que não agradou aos britânicos, que ameaçaram atacar a cidade gaucha próxima de onde a embarcação afundou. Ao mesmo tempo, os ingleses aprisionaram navios brasileiros nos portos, no Rio de Janeiro, exigindo alta indenização. A população brasileira enfurecida ameaçava depredar propriedades britânicas no país. Vendo que precisavam chegar a uma solução, os dois envolvidos no conflito – Brasil e Inglaterra – aceitam que o rei belga Leopoldo I, seja o arbitro do conflito.
Em 1863, é a vez do Brasil fazer suas exigências. Dom Pedro II pede indenizações e pedidos de desculpas formais por parte da Inglaterra, por violar território nacional, e por ter feito prisões de suas embarcações nos portos. A Inglaterra se recusa, e assim há a ruptura diplomática entre os dois países.
Dom Pedro II, suspeitando que o rei Leopoldo I fosse dar parecer favorável a Inglaterra, paga a indenização exigida pelos ingleses. O rei Leopoldo I favorece ao Brasil, que a partir de então, passa a exigir a devolução do dinheiro, e um pedido de desculpas por parte do embaixador Willian Christie. Nenhuma das solicitações é atendida,e o rompimento diplomático permanece.
Somente no ano de 1865 que o governo britânico formaliza um pedido de desculpas ao Brasil, as relações diplomáticas são reatadas – mas não devolvem o dinheiro.

A Guerra do Paraguai (1864 – 1870)
Na primeira metade do sec. XIX a relação entre Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina eram conflituosas, ocorrendo sempre disputa pela fronteira e meios fluviais. O objetivo do Ditador Francisco Solano Lopes era achar um meio para aumentar a produção e rendimento da economia Paraguaia, o que na época era considerada uma grande potência internacional. Para conseguir isso, o ditador precisava levar suas tropas até a Região da Bacia do Prata, onde poderia aumentar a exportações realizadas pelo meio fluvial até o mar.
Em 1864 o Brasil estava em um conflito com o Uruguai. Havia no país tropas para depor o ditador Aguirre, líder do partido blanco. Como retaliação o Paraguai prendeu um navio brasileiro no porto de Assunção, e em seguida atacou a cidade de Dourados, levando ao inicio do conflito.
Como o Paraguai era uma potência extremamente forte, que ganhava em número de batalhões e  poder de fogo, o Brasil viu se obrigado a formar uma aliança, onde seria capaz de manter o conflito com o Paraguai. A aliança foi formada por Brasil, Argentina, e Uruguai – Tríplice Aliança – contando com apoio da Inglaterra, que foi quem financiou a guerra.
O conflito teve duração de 6 anos e uma das principais batalhas foi a Batalha naval de Riachuelo, com a vitória o Brasil, por ser o setor de combate onde tinha maior preparo. A partir de então, a guerra tomaria rumos diferentes, tendo em vista que o Brasil decidiu sozinho o futuro da guerra, em favor da Tríplice Aliança.
A guerra do Paraguai foi um dos conflitos mais devastadores da América Latina. Houve uma perda drástica da população do Paraguai, em sua grande maioria homens. A indústria paraguaia foi destruída, a economia devastada, e o país passou a ser mais um consumidor dos produtos ingleses, contraiu seu primeiro empréstimo, e uma divida imensa com o Brasil. Divida que só foi perdoada em 1943, no governo de Getulio Vargas. Podemos afirmar que a guerra foi boa apenas para a Inglaterra, que conseguiu alcançar seus objetivos, e fortalecer sua imagem como potencia mundial.           


Fontes

- www.segundoreinado,wordpress.com/category/a-questao-christie/
- www.historiazine.com/2012/05/as-questoes-platinas-a-guerra-do-prata.html
- www.suapesquisa.com/historia/guerradoparaguai/
- www.historiadobrasil.net/guerradoparaguai/
- www.sohistoria.com.br/ef2/guerraparaguai/
- www.historiabrasileira.com/brasil-imperio/consequencias-da-guerra-do-paraguai/

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A Política Exterior Brasileira do Primeiro Reinado 1822 - 1831

O primeiro reinado tem início na Independência do Brasil em 1822. D. Pedro I se torna Imperador do Brasil e é quando abdica do trono que se encerra este período da história no ano de 1831. São considerados marcos na política brasileira a Assembléia Constituinte (1823), a Constituição de 1824, a Confederação do Equador ainda em 1824 e as guerras de Independência, em especial a Guerra da Cisplatina em 1825 e a abdicação de D. Pedro I em 1831.

Os fatos que definiram a política exterior do Primeiro Reinado

No ano da Independência, D. Pedro I, ainda príncipe regente de Portugal, elaborava o texto da primeira Constituição. O príncipe enfrentou grande oposição política internamente, pois os constituintes pretendiam dar autonomia às pequenas províncias descentralizando o governo monárquico. Diante deste impasse D. Pedro dissolve a Assembléia em 1824 e nomeia dez novos constituintes para elaborarem o texto da primeira Constituição do país que, de modo independente e autoritário, é outorgada em 25 de março de 1824.
Caracterizada como elitista excludente, a nova Constituição não agradava a elite e nem ao povo. Assim, em Pernambuco se inicia um movimento político e revolucionário, a Confederação do Equador, de caráter emancipacionista e republicano com grande participação popular. O movimento teve resposta violenta pela tropa militar imperial perdendo força com a morte de seus líderes ainda no ano de 1824.
Outro marco foi a Guerra da Cisplatina em 1825, onde esta província declarou sua separação do Brasil e sua incorporação à Argentina. D. Pedro I declarou guerra à Argentina e foi derrotado. Diante de seus interesses econômicos na região, a Inglaterra intervém propondo um acordo de paz entre Brasil e Argentina e foi onde a província da Cisplatina se declara independente de ambos os países e nasce então a República Oriental do Uruguai.
Desde a Independência em 1822, pela postura autoritária claramente exposta nestes conflitos acima citados, bem como com os altos gastos para sustentar tais conflitos, resultou numa desfavorável situação financeira levando a um descontentamento. Duras críticas foram feitas ao imperador e seu governo que culminou em um trágico fato, o assassinato do jornalista Líbero Badaró, que era conhecido como maior opositor do príncipe português.
D. Pedro enfrentou sérias manifestações, onde procurando contê-las, realizou sucessivas mudanças ministeriais. Porém com a pressão política por parte da elite e dos populares brasileiros, o imperador abdica do ‘trono’ no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara.
Entre 1822 e 1828 se confrontam os objetivos internos e externos. A intervenção e influência de países como Portugal, Inglaterra e Estados Unidos, somado ao fato que o único objetivo claro e bem definido do Brasil era o reconhecimento de sua soberania, fizeram prevalecer os objetivos externos que resultaram em concessões aos interesses exteriores, havendo um decrescente esforço pelas metas nacionais. Aliado a abdicação de D. Pedro I que consolidava a Independência, pode-se dizer que o Primeiro Reinado caracterizava assim a política externa brasileira neste período.


Bibliografia

- Primeiro Reinado, Leandro Carvalho, Mestre em História. www.brasilescola.com/historiab/primeiro-reinado.htm
- Confederação Do Equador - Resumo, Causas, História, O Que Foi, Confederação do Equador de Leite, Glacyr L. Editora: Ática. www.historiadobrasil.net/resumos/confederacao_do_equador.htm
- Guerra da Cisplatina,  Lidiane Duarte. www.infoescola.com/historia/guerra-da-cisplatina/
- História da política exterior do Brasil, Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno – 4ª edição revista e atualizada, Editora UnB.

Quem somos nós


Marllon Diniz, 2º semestre, com grande interesse por assuntos estratégicos e de segurança nacional. Tenho grande inclinação a corrente Realista das Relações Internacionais, tendo como um dos livros de "cabeceira" O Príncipe - Maquiavel;


Rafael Talles, 3º semestre, interessado no diálogo e condução das relações entre os Estados.


Tatiane Ribeiro, 3º semestre, interesse em Direito Internacional, Inteligências Múltiplas e Cultura (em especial a asiática) de outros povos e as relações entre os mesmos;


Yara Veiga, 3º semestre, interessada em política, línguas e outras culturas. Tenho por hábito a leitura - curiosa e sempre aprendendo!;



Temos muito gosto por pesquisar, ler e escrever então, agradecemos os comentários de todos desde já!