quarta-feira, 14 de maio de 2014

Transição do Período Vargas (1930 - 1945): nova percepção do interesse nacional

Os ventos que sopravam no Brasil eram de uma crise econômica, política e também ideológica. O Brasil era o fornecedor de matéria prima para a Europa e Estados Unidos, bem como dependente nacional aos produtos industrializados desses países. Sua economia dependia dessas potências e com a crise de 1929, houve uma grande queda no preço do café fazendo as exportações e importações caírem. Cenário no qual se projeta ao poder Getúlio Vargas.
Em 1930, ocorre então uma revolução por parte da classe dominante que não estava envolvida com a exportação de café, aliados a camadas médias urbanas, e militares em especial os tenentes. Getúlio Vargas, então presidente, promove uma grande reforma política e administrativa, suspende a Constituição de 1891 e passa a governar por decretos até a aprovação da nova Constituição em 1934. Desse modo o Brasil sobrevive a crise focando nas necessidades econômicas e políticas  nacionais, através dessa linha será conduzida as relações exteriores do Brasil até 1945, ainda assim, a conduta de relações internacionais não sofre grandes mudanças.
Vargas encontrou grande dificuldade para governar ‘democraticamente’, situação que o levou a instituir a ‘ditadura do Estado Novo’, pela qual buscava controlar seus opositores através de dura perseguição policial e ao povo através de políticas sociais que projetava uma imagem de ‘bondade do presidente’. O novo presidente visava à industrialização do país com o intuito de substituir importações, o que dava maior poder de barganha com seus parceiros comerciais. A Revolução de 1930 marca então um novo rumo ao Brasil sob a mão de um ditador.
Foram criados diversos ministérios tais como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, da Educação e da Saúde. Houve nesse período um grande avanço nas políticas de saúde pública, especialmente para o interior, foi o auge do sanitarismo campanhista, passando por uma reestruturação dinâmica. Criou-se ainda os institutos de Aposentadorias e Pensões, sendo fundamentais para a economia agroexportadora. A direção desses centros de previdência era uma indicação do próprio Presidente, tornando uma sociedade que com o tempo passou a se preocupar mais com o acumulo de reservas financeiras do que com a prestação de serviço a população.
Valorizou ainda o café, melhorando as relações comerciais e valorizando um produto nacional, pois o café era o principal produto de exportação brasileiro na época. Queimou a produção excedente e negociou dividas dos cafeicultores evitando maiores problemas como o desemprego. Realizou ainda eventos públicos para conscientizar a povo sobre a economia nacional e sua importância. Vargas conseguiu ao Brasil uma autonomia ainda que dependentes em certos aspectos das potências dominantes da época e proporcionou uma adaptação as relações internacionais que se desenrolavam no cenário internacional.
A oportunidade que surgiu diante do novo Presidente foi percebida e bem trabalhada, o cenário internacional, se recuperando da crise de 1929, aliados a competição bélica especialmente entre Estados Unidos e Europa, garantiu ao Brasil os meios de que precisava para sua industrialização e consequentes melhorias, como a  modernização das Forças Armadas. Os Estados Unidos desejava e orquestrava sua hegemonia global, e países como a Alemanha se torna um obstáculo por suas fortes relações com o Brasil, que ao instituir o ‘Novo Estado’ deixa os norte-americanos inquietos. O Brasil era de grande importância para que o plano norte americano desse certo, não apenas por ser um grande consumidor de seus produtos e por suas matérias-primas, mas também por sua localização e influência na América Latina, o Brasil era sua ligação, um alvo natural.
O Brasil mantém uma relação com a Alemanha, sem porém se ‘desligar’ dos Estados Unidos. O comércio exterior era o ponto chave da estratégia de Vargas para o desenvolvimento do país. Vargas impõe a ‘doutrina da reserva estratégica’ mais conhecida como política de Barganha, pela qual o buscavam vantagens da política norte-americana através de sua ‘influência’ e assim garantir apoio a sua industrialização. Esta política se acentuou efetivamente na agenda brasileira apenas nos governos de Jânio Quadros e João Goulart.
Havia ainda a intenção de uma integração regional planejada pelo Brasil e Argentina e Chile, o Pacto ABC. Este foi a primeira tentativa de uma integração regional sobre a América Latina, dando fim a relação bilateral do Brasil com os Estados Unidos. Essa semente de uma relação política e comercial multilateral deu origem ao MERCOSUL - Mercado Comum do Sul, porém sem a participação do Chile, mas com acréscimo do Paraguai, Uruguai e por ultimo da Venezuela, ainda que contestada a entrada deste último país.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial estreitou a relação com os Estados Unidos, mas foi fortemente negociado, um momento em que Vargas faz uso diplomático da soberania brasileira e de sua habilidade política de negociação. O país aumentou seu prestígio e caminhou nos trilhos do desenvolvimento ainda que no âmbito nacional tenha exercido mão de ferro.
Vargas efetua o Golpe de 1937 no qual derruba a Constituição e declara o Estado Novo. Fechou o Congresso Nacional e criou o Tribunal de Segurança Nacional dando fim a liberdade partidária e centralizando assim o poder. Mas sofre em 29 de Outubro de 1945 um golpe militar e no mesmo ano,  novas eleições são feitas de forma livre e ele é eleito senador, e volta a presidência em 1951. Porém o ‘atentado na Rua Tonelero’, que foi uma tentativa de assassinato ao jornalista e político Carlos Lacerda, grande opositor de Vargas, trouxe revolta por parte da população e o então presidente sendo pressionado se suicidou em 24 de Agosto de 1954.
O Brasil aumentou seu prestígio internacional e se fez notar devido as medidas adotadas por Getúlio Vargas e sua equipe, e também sua influência na América Latina se intensifica, as relações estabelecidas no período Vargas perduram além de sua época.


Bibliografia

- "A Barganha Nacionalista - Pragmática: A política externa do segundo governo Vargas para os Estados Unidos (1951-1954)", Danilo José Dalio, UNICAMP - Campinas/SP   2009;
- "A Política Externa Brasileira com Getúlio Vargas: nossos interesses e conquistas (1930-45)", Rodrigo de Oliveira Castro, Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Texto revisado pelo autor em 8 de Novembro de 1999.
- "Evolução histórica das políticas de saúde no Brasil", Francisco de Assis Acurcio, Professor do Departamento de Farmácia Social - Faculdade de Farmácia - UFMG
- "Vargas, o 'nacionalismo' e a política externa", consultado no site: http://educaterra.terra.com.br/vizentini/artigos/2004/08/23/000.htm, no dia 12 de Maio de 2014;
- "Relações Internacionais do Brasil: Dependência e busca por autonomia", Marcos Emílio Ekman Faber, consultado o site: http://www.historialivre.com/brasil/relainter1.htm no dia 12 de Maio de 2014.

Um comentário:

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